"Já não sei o que fazer MAIS com os meus filhos"

03-04-2020

Este texto destina-se a todos os pais/cuidadores, que nesta fase de isolamento social, começam a desesperar em arranjar MAIS atividades para ocupar e entreter os mais pequeninos. 


O que MAIS devem fazer então? 


NADA.


Saiba que não fazer NADA é também importante e fundamental na vida dos seus filhos? 

Nós adultos, também vivenciamos momentos nas nossas vidas em que não fazemos absolutamente nada, em que nos sentimos aborrecidos e frustrados, e por isso, eles não são exeção! O aborrecimento e a frustração fazem parte das nossas vidas, do nosso dia-a-dia, e por isso, quanto mais cedo as crianças lidarem com estes sentimentos e emoções, melhor! 

O não fazer nada tem as suas vantagens, pois vai fazer com que a criança desenvolva outras capacidades, tais como, ser criativa e dar uso à sua imaginação. Estas capacidades começam a ser desenvolvidas face à necessidade em dar resposta a esta situação, que para elas é desconfortável e desagradável. Por esse motivo, e enquanto cuidador, é importante que permita que a criança vivencie estes momentos de tédio, aborrecimento e frustração ao longo do dia, pois vai estar a contribuir para que ela aprenda a gerir as suas emoções e, consequentemente, arranje estratégias para lidar com este tipo de situação! 
Acredite, que enquanto cuidador, vai ficar surpreendido com as ideias criativas e originais que vão surgir. 


Infelizmente no dia-a-dia destas crianças, a maioria acaba por ser super estimulada pelos seus cuidadores, na medida em que, muitas depois das aulas têm mil e uma atividades extracurriculares, acabando por preencher o seu dia de tal maneira, que acabam por não ter tempo para trabalhar e estimular estas áreas que são fundamentais ao seu desenvolvimento. Este período de isolamento, tem vindo a demonstrar que, a maioria das crianças, não sabe como agir perante situações em que ficam "sem nada" para fazer. Grande parte limita-se a chorar e/ou a fazer birra, ao invés de demonstrarem uma atitude e comportamento proativo em criar/inventar a sua própria brincadeira.

Para evitar que esta situação se mantenha, evite estimular em demasia a criança, fazendo com que esta seja "bombardeada" com atividades a toda a hora, a todo o instante. É importante manter a rotina, criar momentos de diversão em família, sugerir atividades, mas acima de tudo, permitir que esta criança seja capaz de responder a situações menos ativas. 

Esta situação será benéfica para ambas as partes, não só porque os pais/cuidadores deixam de estar constantemente preocupados em arranjar atividades para ocupar/entreter os filhos e têm mais tempo para si, como também, vão ajudar esta criança a tornar-se mais autónoma e resiliente a este tipo de situação. 





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